Resenha - A linguagem das flores, Vanessa Diffenbaugh

     Editora: Arqueiro
     Número de páginas: 295
     Ano de lançamento: 2011

     Victoria Jones teve uma vida muito difícil, ela foi abandonada pela mãe ainda bebê e por ter uma personalidade complicada foi jogada de uma família para a outra até os nove anos de idade. Foi na sua última chance antes de acabar definitivamente em um abrigo que ela conheceu Elizabeth, a única que realmente cuidou de Victoria e quem ensinou a ela a linguagem das flores. Mas depois de um ano Victoria acaba voltando para o abrigo, onde ficaria até ser emancipada.
     Agora, com dezoito anos, Victoria está livre do abrigo, mas não sabe o que fazer de sua vida e acaba passando as noites em uma praça, onde cultiva plantas que a ligam com seu passado. Depois de dias vivendo dessa forma ela acaba arrumando um emprego em uma floricultura. Victoria se agarra a essa pequena chance e faz arranjos para os clientes segundo os significados das flores.
     Aos poucos ela começa a melhorar sua vida, mas trava uma batalha silenciosa com um misterioso mercador de flores que também parece conhecer os significados das plantas com as quais a presenteia. Antes que possa perceber o que está acontecendo, Victoria se vê envolvida por sentimentos que ela não imaginava que pudesse ter, mas ainda é ameaçada por um passado que aparentemente não vai abandoná-la.
     Me encantei pelo título desse livro, depois procurei mais sobre ele e acabei descobrindo uma estória tocante de superação, mas principalmente de amor, entre um casal e, mais que tudo, o amor entre uma mãe e uma filha. Tudo isso se passa entre dezenas de flores e seus significados, que são usados desde a era vitoriana.
     A protagonista é uma jovem e por ter passado por mais sofrimento do que a maioria das pessoas ela prefere viver isolada e não sabe muito bem como se relacionar com as pessoas. O que ela faz é traduzir seus sentimentos através das flores, que entrega para as pessoas mesmo que elas não entendam o que Victoria quer expressar.
     O livro intercala o passado, quando Victoria estava com Elizabeth, e o presente, desde que ela sai do orfanato. O romance do livro não é tão explorado quanto a relação de Victoria e Elizabeth, mas isso não atrapalha a estória, até mesmo porque não poderia haver uma grande paixão sem que ela conseguisse expressar claramente seus sentimentos e também conseguisse confiar em alguém a ponto de se entregar.
     Os personagens são bem escritos, enquanto lia eu pude me sentir como Victoria e entendi o motivo de ela ser como era no início do livro. Outra personagem que eu gostei bastante foi Renata, a dona da floricultura que acabou sendo uma amiga para Victoria quando ela mais precisou. Em várias partes me emocionei durante a leitura, não de chegar a chorar, mas a estória é realmente tocante.
     A diagramação do livro é bonita, não muito trabalhada, mas tem alguns detalhes que dão um toque especial. As páginas são amareladas e a letra tem um tamanho bom. Nas últimas páginas ainda há uma surpresa que eu não esperava ao comprar o livro, um pequeno dicionário com o significado de muitas flores, algumas eu nem conhecia... Enfim é uma leitura indicada por aqueles que querem um romance bonito e diferente.