Resenha - A casa da poeira e dos sonhos, Brenda Reid

     Hugh, um jovem diplomata inglês, e sua esposa Evadne são enviados para a ilha de Creta para ele resolver uma pequena questão política. O ano é 1936 e ele tinha intenção de logo voltar para a rotina de festas e eventos da embaixada de Londres. Não esperava que sua esposa estivesse cansada disso tudo e que se interessasse tanto pela casa praticamente abandonada em uma vila isolada de Creta.

     Evadne se encanta pela casa que foi do bisavô de seu marido e também pela ilha e seus moradores. Quando Hugh termina o trabalho ela decide ficar e reformar a casa, lá ela também conhece Anthi, uma jovem moradora da ilha. Anthi é casada e tem duas filhas, apesar do espírito questionador, ela se sente presa à ilha e ao marido, muito mais velho e que não a trata bem.

     As duas se tornarão grandes amigas, mas a paz parece estar próxima do fim na ilha, assim como em toda a Europa. A guerra se aproxima e fará com que todos tomem atitudes diferentes do comum com relação ao amor a à amizade. Anthi e Evadne são muito diferentes, mas a amizade das duas servirá como apoio para problemas que não têm só a ver com a guerra.

     Quando vi esse livro no sebo da minha cidade achei a capa muito linda e acabei comprando sem prestar muita atenção em sobre o que era a história. Pela capa com esse ar campestre e o vestido da moça pensei em um romance de época, provavelmente na Inglaterra, mas fui surpreendida por algo totalmente diferente. A casa da poeira e dos sonhos se passa um pouco antes e durante a segunda guerra mundial, na ilha grega de Creta, então a editora Lafonte errou na escolha da capa, apesar de essa ser linda...

     O livro acompanha a vida das duas mulheres, Anthi e Evadne, com capítulos que se alteram entre a visão das duas, sempre em primeira pessoa. No começo a narrativa é um lenta, mas aos poucos consegui me acostumar com o ritmo da autora e a leitura fluiu, mas não é um livro para se ler de uma só vez. A forma como a Brenda escreveu ficou muito bonita, mesmo que algumas vezes tenha se tornado repetitiva.

     Eu sei que até agora não escrevi nada de muito bom sobre o livro, mas apesar desses pontos negativos, gostei bastante, não desanimem se começaram a ler, não há uma grande mudança na escrita, mas a história é muito bonita. Para quem já tem costume de ler esse estilo de livro, acho que não vai ter grandes dificuldades, mas para os que gostam de romances, mas não leram nada que fosse um pouco mais devagar, deem uma chance para esse...

     Não me identifiquei muito com nenhuma das duas personagens, talvez por ambas serem mais velhas e terem objetivos e sonhos bem diferentes dos meus, mas me emocionei muito com a luta das duas. Por motivos bem diferentes  as vidas de Evadne, que passa a ser conhecida como Divina na ilha e Anthi são carregadas de drama e durante a leitura não há como não se sensibilizar e torcer para que o melhor aconteça com as personagens, mesmo quando parece quase impossível.

     Enfim, A casa da poeira e dos sonhos não é uma leitura muito simples, tanto pela forma como a utora escreve, quanto pela história em si, mas é um livro bom para todos que gostam de romances em época de guerra o de histórias para emocionar.